terça-feira, 25 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

monografia de Leticia Kamada

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Na Era denominada “da Imagem” não há silêncio. A “Era da Imagem” é audiovisual. O cinema não é mais mudo desde Thomas Edison, com o fonógrafo1 e as rádios agora são online. As mídias digitais e as novas ferramentas multimídia possibilitaram finalmente uma “obra de arte total”, como a proposta pelo compositor alemão Whilhelm Richard Wagner, no século XIX.

O conceito sobre a convergência dos meios apontado por Wagner, aproxima-se das mais recentes inovações na esfera do remix. Um artista do século XXI tem muito mais condições de realizar o ideal de uma “obra de arte total” do que um artista do século XIX. Observamos que a arte contemporânea vem se construindo a partir desses novos referenciais tecnológicos em suas formas híbridas.

Para ilustrar as formas híbridas emergentes, partimos do princípio da fórmula “a+b=c”, onde “a+b” seria a soma da arte sonora e da arte visual, e “c” o elemento resultante dessa soma – representado aqui pelos remixes audiovisuais, especificamente os mashups. Sem dúvida, os experimentos de Lev Kuleshov e o movimento da música visual foram peças fundamentais no levantamento histórico e teórico desta pesquisa, pois abriram as portas para esse novo universo da percepção, que sempre fez parte da apreciação estética, mas que nunca na modernidade havia sido colocado de maneira tão transparente.

Através das obras de Kandinski, consideradas por Roger Fry a “tradução da música para a pintura”2 e das teorias de Eisenstein, descobrimos ressonâncias da tradição oriental que nos remeteram, dentre outros aspectos, à linguagem hipertextual dos meios digitais. Ambos utilizaram conceitos, noções e percepções da cultura japonesa para fundamentar suas teses. Eisenstein, por exemplo, seguiu o princípio da formação dos ideogramas japoneses em analogia a fórmula “a+b=c” em sua montagem.

O artista plástico Kandinski foi bastante enfático no aspecto da busca pela harmonia entre o contraponto rítmico das formas visuais e musicais, fazendo constantemente referência ao “Gesamtkunstwerk”, que embora fosse um conceito neo-romântico, o levava para a nova arte híbrida.

No entanto, mesmo diante da diversidade de experimentos e conceitos levantados por esses autores/artistas, os suportes existentes até então não permitiam a concretização efetiva de suas idéias. Foi somente com o desenvolvimento tecnológico e o advento da internet, que estas idéias encontraram, nos meios digitais, o suporte ideal para manifestarem-se efetivamente. O remix tornou-se então uma prática usual no ciberespaço.

A recombinação de conteúdos, o “copiar e colar”, agora são ação intrínseca ao cotidiano do meio digital. A cultura do compartilhamento de arquivos online, tornou qualquer tipo de arquivo acessível e passível de manipulação e recontextualização. Essa tecnologia facilitou também as produções independentes, na medida que qualquer usuário com acesso a essas ferramentas passou a deter os meios de produção e distribuição de suas obras. E é nesse contexto que surgiram os mashups, levantando questões sobre a utilização da colagem como linguagem estética, a colaboração, a interação e a autoria na criação coletiva.

Músicos e artistas passaram a atuar e interagir em espaços físicos diferentes e a contínua ampliação da velocidade de transmissão de dados pela rede desterritorializou a informação. Tais experiências conduziram a um processo de democratização dos meios de produção e da incorporação de novas experiências musicais3 e visuais como é o caso do álbum-mashup “Thru You”, analisado nesta pesquisa.

Partindo dessa premissa como identificar a estética própria do mashup?

Na história do audiovisual, o som, a música ou a trilha sonora foram sempre utilizados como apoio às imagens e em função delas, ou no máximo, estabelecendo uma relação sem hierarquias, mas nunca a imagem esteve em função do som, como acontece nos mashups. Na montagem dos construtivistas russos, por exemplo, cada representação tornava-se essencial e única no papel das correlações e o objetivo de tal manipulação, ou seja, dos cortes da edição, era suscitar no espectador a percepção e os sentimentos em mesma intensidade e sem hierarquias. No caso específico dos mashups, a edição sonora está em primeiro plano, os seja, as imagens são conseqüência direta dessa edição executada pelo compositor.

A grande especificidade dessa “categoria” do remix – os mashups – reside onde os elos intermediários da justaposição desaparecem – na soma de “a+b” – e o conjunto de elementos indica diretamente um novo conceito.

McLuhan4 atenta para o fato que no início de uma nova tecnologia, o homem despeja tudo que havia antes produzido nesse novo meio, utilizando as mesmas formas e conteúdos, copiando e colando de um meio para o outro. Enquanto o homem experimenta e aprimora os novos meios, a tendência é continuar transpondo linguagens pré-existentes para a nova mídia. Porém, em contrapartida a essa tendência, o álbum-mashup “Thru You”5, representa a quebra entre antigas e novas formas de linguagens, explorando diferentes possibilidades de relações entre elas e as características específicas do meio do qual emerge.

O que fica evidente nessa pesquisa dos mashups é o teor híbrido, multidisciplinar, colaborativo e interativo que a convergência dos meios artísticos, aliada ao desenvolvimento tecnológico possibilitou no campo do audiovisual. Suscitou inúmeras indagações e infinitas leituras a partir das obras de seus artistas, certamente tão variadas quanto as interpretações musicais possíveis. Isso nos revela o quanto é longo o caminho a percorrer para explorarmos o fenômeno musical e relacioná-lo às artes visuais.

1MACHADO, “Pré-cinema e Pós-cinemas”.

2Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Visual_music (acessado em 20/09/09).

3LUCENTINI, 2005, p.213.

4MCLUHAN, 1999.

5Anexo um cd com os 7 mashups do álbum “Thru You”, de Kutiman. Porém, indicamos o site oficial www.thru-you.com como sendo a melhor maneira de entrar em contato com essa obra, pelo caráter interativo onde o autor disponibiliza os créditos e os links para os vídeos originais.

http://monografiacisme.wordpress.com/

sábado, 8 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

bibliografia sobre roteiro - Prof. Pierre

livros para roteiro.


CAMPOS, Flávio de. Roteiro de Cinema e Televisão: A arte e a técnica de imaginar, perceber e narrar uma estória. Jorge Zahar Editora: Rio de Janeiro, 2007.


SEGER, Linda. Como Criar Personagens Inesquecíveis. Bossa Nova Editora: São Paulo, 2006.


CHION, Michel. O Roteiro de Cinema. Martins Fontes Editora: São Paulo, 1989.


REY, Marcos. O Roteirista Profissional – Televisão e Cinema. Editora Ática: São Paulo, 1997.


CARRIÈRE, Jean-Claude e BONITZER, Pascal. Prática do Roteiro Cinematográfico. JSN Editora: São Paulo, 1996.


COMPARATO, Doc. Da Criação ao Roteiro. Rocco Editora: Rio de Janeiro, 1995.


FIELD, Syd. Os Exercícios do Roteirista. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 1984.

FIELD, Syd. Manual do Roteiro. Editora Objetiva: Rio de Janeiro, 1985.

FIELD, Syd. Roteiro - Os fundamentos do Roteirismo. Arte & Letra Editora: Curitiba, 2009.

MCKEE, Robert - Story - Substância, Estrutura, Estilo e os Príncipios da Escrita de Roteiro. Arte & Letra Editora: Curitiba, 2006

MOSS, Hugo - Como formatar o seu roteiro. Editora Aeroplano: Rio de Janeiro, 2002.


BERGAN, Ronald. Guia Ilustrado Zahar Cinema. Jorge Zahar Editora: Rio de Janeiro, 2007.

Todos são livros bons e interessantes.
O livro do Hugo Moss é o mais barato e dá várias dicas sobre roteiro e sua construção.

Segue também o link do Celtx (programa gratuito que auxilia na formatação do roteiro e na produção):

www.celtx.com

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mechanical Figures 6_On the Boat from Helena Bulaja on Vimeo.

o filme transmidiático

(Prof. Dr. Mesac Roberto Silveira Júnior)

“No oceano agitado da comunicação digital... numerosas arcas, eternamente à deriva na superfície das águas, dançam entre si, trocam sinais, fecundam-se mutuamente.” (Pierre Lévy, Cibercultura)

“O cinema é a arte da manipulação” (Michael Haneke, Diretor de cinema austríaco)

“Estamos vivendo o primeiro capítulo das possíveis interações do cinema com as novas mídias digitais.” (André Parente, O virtual e o hipertextual)

“Cada máquina de visão, cada sistema de visualização, impõe à imagem produzida dimensões espaciais e temporais específicas. Cada dispositivo tecnológico veicula uma visão de mundo relativa à forma específica de modelagem do espaço e do tempo. Se cada sociedade tem seus tipos de máquinas, suas tecnologia e técnicas, é porque elas são o correlato de expressões sociais capazes de lhes fazer nascer e delas se servir como verdadeiros órgãos da realidade nascente. Cada tecnologia suscita questões relacionadas à sua consistência enunciativa específica que, em última instância, se articula com a produção cultural de uma sociedade em um determinado momento.” (André Parente, O virtual e o hipertextual)

O filme transmidiático, ou, manipulado transmidiaticamente pelas tecnologias digitais:
 põe forte acento na montagem e na experimentação.
 Por outro lado, trás uma vocação subjetiva e intimista ao tratar assuntos do cotidiano.
 Sua matéria prima é o sonoro, o musical, o oral e o literário, assim como a bricolagem com elementos cinematográficos.
 No cinema transmidiático o axioma de cena é preterido, estamos na miscelânea de pequenas tomadas reunidas.
 A linguagem do filme transmidiático é híbrida. Imagens e sons híbridos, auto-referentes, simulacros.
 Na estética clássica predominava a transparência onde o real se assinala, aqui trabalha-se na opacidade objetal.

O filme transmidiático:
 prioriza a estética da opacidade, que remetem ao ruído não ao sinal;
 chama a atenção do espectador para a materialidade da imagem
 remetem aos filmes de vanguarda;
 remete a uma nova sensibilidade social ligada a uma estética do simulacro enquanto desaparição do real;
 utiliza-se da imagem virtual onde o referente é fecundado pela informação;
 é a imagem da imagem da imagem;
 colocam em crise o sistema de representação;
 lida com o simulacro onde não se pode mais distinguir a cópia do original
 estabelece um jogo comunicacional, interativo e lúdico, onde se é criador e usuário simultaneamente;
 mostra a imagem transmidiática como processo de temporalização e espacialização;
 presencia a emergência da imaginação no mundo da razão que se liberta dos modelos disciplinares da verdade;
 trabalha com a imagem-tempo kronos e kairós: encontrou-me e não me encontrou ao mesmo tempo – tudo depende do meu desejo de me deixar seduzir;
 mostra a imagem que se libera da analogia, puro interstício, possível de se metamorfosear;
 trabalha com imagens que liberam as forças criatdoras por engendrarem os processos de modelagens os mais diversos.
 insere-se no ciberespaço: espaço de integração das mídias digitais;
 caracteriza-se pela montagem não linear, que tem um papel estruturante e não apenas acessório, na qual os planos não se sucedem;
 não utiliza as novas tecnologias da imagem apenas de forma acessória, mas contribui para a transformação do estado da arte do ponto de vista técnico e estético: a cultura digital.

O filme transmidiático:
 se constrói por meio da interconexão fluida de mensagens entre si, que lhe conferem diferentes sentidos em uma renovação constante. Imagem, voz, som e texto são objetos de prática de sampling e de remixagem.
 No filme transmidiático qualquer imagem, som e texto é potencialmente matéria prima de uma outra imagem, som e texto.
 O filme transmidiático aumenta o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos.

O realizador transmidiático:
 é um explorador e um construtor cooperativo de um universo de dados.
 Trabalha com hiperdocumentos que remetem uns aos outros em rede.
 Constrói sua própria ou coletiva rede semântica fluída e rizomática.
 Trabalha num processo recursivo de criação e transformação de uma memória-fluxo.
 Realiza a transformação cooperativa e contínua de uma reserva informacional.
 A idéia de autor torna-se secundária ou mesmo inexistente.
 O realizador transmidiático é um intérprete. Intérprete de um tema ou motivo pertencentes ao patrimônio de uma comunidade.
 O realizador transmidiático é um organizador de uma criação coletiva, sem autor, um retransmissor inventivo.


Fórum Transmidiático: evento no qual o material, selecionado, recolhido e produzido é tratado por diferentes tecnologias midiáticas e pelos diversos realizadores simultaneamente, remotamente e em rede.

Mechanical Figures 21_ private = public = private = from Helena Bulaja on Vimeo.

Mechanical Figures 2 _ NEW YORK from Helena Bulaja on Vimeo.

Mechanical Figures 3 _ New Yorker Times from Helena Bulaja on Vimeo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

link para download do software de conversão de video

link para download do software de conversão de video, chamado Super 2010, do fabricante eRightSoft.
Este download é um shareware, o que significa que é gratuito, tanto para download como para uso, por tempo indeterminado.
Coloque no blog para que as outras escolas também possam ter acesso.

http://www.erightsoft.com/S6Kg1.html

Voce poderá verificar que ao clicar neste link, abrirá uma página com um descritivo do programa, e depois disso (lá embaixo, depois de todo este texto), há o local para download escrito:

Start Downloading SUPER ©

Ao clicar neste local, abrirá uma segunda página e no inicio do texto irá aparecer: SUPER © is a FREE Multimedia software to download and use
It plays & converts very fast full length movies to

Finalmente, abrirá uma terceira página e mais uma vez, no final do texto irá aparecer: Download SUPER © setup file from our 5th dedicated server

Aí é só clicar, salvar, instalar e começar a usar.

Parece complicado, mas não é.

Qualquer duvida, coloco-me a disposição.

Um abraço.

Nelson Magagna Filho
nelsonmagagna@uol.com.br

Próximo encontro Mostra 20 de maio no auditório de SME

DVD sobre direção de fotografia: iluminação no cinema e diversos outros temas

Cinematografia - Arquivo Plano B (duplo)
Conceito de quem assistiu: | (opine)
Distribuidora: TANGO ZULU FILMES
Diretor: BARROS, GABRIEL

A arte e a técnica vista por 54 dos melhores diretores de fotografia do Brasil

Disco 1
Cinematografia o documentário discute a cinematografia com entrevistas
dos 54 melhores diretores de fotografia atuantes no Brasil.

Disco 2
Workshops material extra de aprox. 3h dividido em quatro temas --
Profissão Fotógrafo, Arte e Técnica, Vídeo e Cinema brasileiro.

Apresentação Pierre Cortes

EDIÇÃO

A JUSTAPOSIÇÃO DE
IMAGENS

CONCEITO:
IMAGENS DISTINTAS E ISOLADAS.

AGRUPAMENTO GERANDO UMA MESMA IDÉIA.


D. W. GRIFFITH
PAI
DA MONTAGEM
A Edição pode:
● Modificar o sentido do filme;
● Reforçar uma idéia ou conceito;
● Gerar tensão;
● Criar um clima;
● Intensificar uma idéia utilizando imagens distintas.


ROTEIRO

DA ORIGEM DA IDÉIA AO PROCESSO DE FINALIZAÇÃO
Afinal de contas,
o que é um roteiro?
“É uma história contada em imagens, diálogo e descrição, dentro de um contexto de uma estrutura dramática.”
Syd Field

Ou ainda, o roteiro é a forma escrita de qualquer projeto audiovisual.
E para que serve o roteiro?
O roteiro será o responsável em dar vida ao nosso filme.
Sendo assim, o roteiro servirá como guia para a construção da obra fílmica.

Sabendo que o roteiro é uma obra escrita, podemos dizer que o roteirista é um escritor?
“O romancista escreve, enquanto o roteirista trama, narra e descreve.”

Doc Comparato
Para alguns autores, o roteirista pode ser considerado um escritor de uma atividade literária diferenciada.

Vocês sabiam que todos nós somos roteiristas?

Há filmes sem roteiro?
Um bom roteiro não é a garantia de um bom filme, mas sem um bom roteiro não existe um bom filme.

O papel deste profissional é de suma importância para o mundo do cinema.

ESTRUTURA DO ROTEIRO
ROTEIRO

+

TÉCNICA

=

ESTRUTURA

A seguir abordaremos as etapas que compõem a estrutura.

ESTRUTURA DO ROTEIRO

IDÉIA

O início de qualquer roteiro vai nascer de uma idéia.
Origem das idéias

LEWIS HERMAN


STORY LINE
Deve conter o conflito principal da nossa história.
É a essência da narrativa.
No máximo deve ter
5 LINHAS

SINOPSE
É o resumo do filme.
Geralmente varia de
10 A 15 LINHAS

PERSONAGENS
É necessário criarmos um histórico para os personagens.
O Personagem deve ter
VIDA PRÓPRIA

ARGUMENTO
É a história contada em sua integralidade.
O Argumento deve ter
DE 10 A 15 PÁGINAS

PLOT
Conflito Principal
SUBPLOT
Conflito Secundário

ROTEIRO
É a história dividida em cenas.
O roteirista deve pensar
EM IMAGENS

MODELO DE ROTEIRO
21. INT. - TRAILER – NOITE
Richard está sentado numa cama, na parte traseira do trailer. Ele mantém Scott e Kate sob a mira de sua arma. Os dois adolescentes assustados estão de mãos dadas.

KATE
- Com licença.

Richard a encara.

TAG LINE
É uma frase que contém o mote do filme.
A Tag Line deve ser

INTENSA E MARCANTE

ROTEIRO DE DOCUMENTÁRIO
O Roteiro de Documentário é constituído de 03 fases distintas:
Pré-Roteiro
Roteiro de gravação
Roteiro definitivo
Lembrando que o documentário lida com
SURPRESAS

Boa sorte nas gravações e boas histórias.

http://telalarga.blogspot.com

www.twitter.com/telalarga

terça-feira, 20 de abril de 2010

educação na cidade transmidiática

Educação na cidade transmidiática
(Prof. Dr. Mesac Roberto Silveira Jr – formador DOT P Ipiranga)

Numa megalópole como São Paulo, onde o fluxo de informação como imagens e sons estão em constante mutação, onde são ininterruptos os deslocamentos de pessoas entre os signos que se espalham sobre a “pele” da cidade (vistos de relance através de ônibus, metrôs, carros, motocicletas, a pé) ou transeuntes que vagam com seus aparelhos mp3 conferindo uma trilha sonora às paisagens contempladas. Numa megalópole onde, por exemplo, fazendo pleno uso das tecnologias da comunicação digitais, estudantes da EMEF Prof. Francisco da Silveira Bueno se mantém em constante diálogo com professores, inclusive aos finais de semana, através das redes sociais da internet, onde o Secretário de Educação e grande número de educadores atualizam suas inserções no Twitter diversas vezes ao dia, onde milhares de professores já podem ser formados à distância através de plataformas educacionais, pode-se falar de uma megalópole em rede, uma megalópole eletrônica, virtual, que se hibridiza mesclando o privado e o público. Instaura-se uma cidade transmidiática, na qual os diversos fluxos de informação e percepção se mesclam de forma indissociável.
Numa megalópole assim, onde espaço, tempo e materiais ganham novos sentidos, somos instados a ser educadores que transitam habilmente entre essas diferentes referências midiáticas. Transitamos numa megalópole também trânsito. Numa era de movimento e deslocamento, época de verdades transitórias, conhecimentos provisórios e identidades mutáveis, a educação é prática que oferece densidade a esse processo. Se o educador é o grande instaurador dos ritos de passagem desde as sociedades imemoriais, na sociedade e na megalópole contemporânea sua função se desdobra porque a própria cidade e seus habitantes estão ininterruptamente de passagem e os rituais se instauram em plena transição.
Na megalópole transmidiática, os estudantes não apenas interagem com seus colegas pela rede social digital, mas também, continuam seu processo educativo final de semana à dentro, trocando mensagens, imagens e músicas com seus professores. Esse estudante pode até ter linha direta com o Secretário de Educação por meio do Twitter. Por seu lado, o educador, em pleno domingo amplia suas informações sobre a família, os gostos, em fim, o mundo cultural e estético dos seus alunos.

Numa cidade que passa a ser, sobretudo, lugar de comunicação, no sentido de deslocamentos e de relação, os estudantes se reúnem em lan houses após ou antes do período escolar e leem, escrevem, apreciam, produzem e trocam imagens, filmes e músicas. Exercitam tarefas, habilidades e competências num ambiente complexo, com diferentes usuários e linguagens ao mesmo tempo. Nesse contexto, as inúmeras salas de informática espalhadas pelas escolas da rede pública são extensões dinâmicas de uma megalópole comunicativa em constante mutação, onde se fundem a tecnologia, o conhecimento, o território, a paisagem e o habitar.
Habitar e atuar nesse território inédito e enigmático que é a megalópole transmidiática permite ao educador experiências híbridas com espaço e tempo que se projetam além das dimensões arquitetônicas e rotinas formais e superam tempo (Kronos) cronológico, sistemático, e rumam em direção ao tempo Kairós, tempo da graça, da oportunidade. O arquitetônico e o cronológico não desaparecem, mas se hibridizam midiaticamente.
Termino esse texto com mais dois exemplos dessa interconexão midiática. O da Diretora da EMEE Helen Keller que atualiza assiduamente suas inserções no Twitter realizando um importante tipo de crônica intelectual, formativa, crítica, lúdica e cotidiana sobre a educação e a cultura em geral e o universo dos surdos. E o depoimento da Coordenadora Pedagógica da EMEI Alberto de Oliveira que me relatou a experiência de uma mãe que encontrava alivio da ansiedade de deixar seu filho pequeno na escola quando a Coordenadora lhe enviava por celular uma foto da criança feliz e brincando tirada apenas alguns minutos depois que a mãe se ausentava.
Definitivamente a escola extrapola seus muros e paredes e a comunicação se faz em mão dupla na cidade transmidiática, interconectando educacionalmente as praças, as ruas, as avenidas, as casas e seus cibercidadãos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Entrevista imperdível com o documentarista Eduardo Coutinho

http://www.intermidias.com/anterior/categorias/entre_edcout.htm

quinta-feira, 1 de abril de 2010

resumo da palestra de Juliana Oliveira

Educação para a criação: imagem, símbolo e mito nas narrativas audiovisuais

Juliana Michelli S. Oliveira

Nesta apresentação foram elaboradas reflexões sobre a criação audiovisual no contexto escolar. A partir do esboço das diferenças de seus contornos em relação à produção mercantil e valendo-se da ideia da arte como expressão de conteúdos singulares - e geralmente rechaçados socialmente -, sugeriu-se a concepção de um "artesanato audiovisual". Para a construção do "artesanato audiovisual" foram apresentadas as noções de símbolo, narrativas simbólicas e mito, de maneira a aprofundar o olhar do educador frente às suas produções e a de seus educandos, visando o auto-conhecimento e convivência de diferentes sensibilidades. A demonstração da construção audiovisual deu-se por meio da apresentação e comentários de "Máquinas de fantasia de Remédios Varo" e "Antologia I: João Cabral de Melo Neto".

É tudo verdade

http://www.itsalltrue.com.br/2010/apresentacao/index.asp?lng=

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dúvida

Carolina disse...
Inicialmente gostaria de parabenizar os professores Mesac e Juliana pelas palestras ministradas na aula inaugural do curso. Ficamos, eu e mais sete professores da EMEF Áurea Ribeiro, muito empolgados e animados, especialmente para a "concepção". E aí nos surgiu uma dúvida, como estamos em oito professores, e gostaríamos de realizar a "concepção" em grupo (ô dilícia!!!)não há problema se a gestação for de feto único, não é? Sabe como é ... atualmente a coisa anda meio complicada pra botar gêmeos ou trigêmeos no mundo ... quem olharia tanta criança enquanto estivermos em sala de aula? Complicado ...

RESPOSTA

Sim, é possível esse filho único híbrido e grupal.
abraço

sábado, 27 de março de 2010

bibliografia básica

Introdução ao documentário, Bill Nichols
Mas, afinal o que é mesmo documentário, Fernando Pessoa Ramos
Documentário, técnicas para uma produção de alto impacto, Sheila Curran Bernard
Chris Marker bricoleur multimídia, Centro Cultural Banco do Brasil

sexta-feira, 26 de março de 2010

Tópicos palestra Prof. Mesac Roberto Silveira Júnior e outras informações

PALESTRA DO 1. ENCONTRO DO CURSO MOSTRA DE FILMES DE CURTA METRAGEM
Prof. Mesac Roberto Silveira Júnior

Se o cinema é a poesia com o movimento de luz e sombra, então somos...

...“CONTADORES DE HISTÓRIA COM LUZ E SOMBRAS”

1. Uma história eloquente, importante, inspiradora, motivadora, memorável

2. A linguagem do filme - mergulhar no universo sobre a qual a obra vai falar - trabalhar com uma rede de influência múltipla, não só cinema (literatura, imprensa o cotidiano...) - Às vezes a realidade é maior que o nosso cronograma - Filmes híbridos: entre ficção e documentário - O real e o que tem aparência de real

ROTEIRO
O que chamamos Roteiro aqui será este procedimento amplo (PROJETO) que inclui:

IDEIA
PESQUISA
TEMA
ESBOÇO
EXPOSIÇÃO
FIO CONDUTOR
ARCO
TRAMA E PERSONAGENS
NARRATIVA DRAMÁTICA (exposição, 3 atos, resolução, epílogo))

3. O bom documentário na opinião de Bill Nichols: ”Ver o mundo com novos olhos e repensar nossa relação com ele".

4. Diversos estilos do cinema documentário:

- O documentário poético

- O documentário participativo

- O documentário reflexivo



CURTA “MIDSUMMER DREAM”
CURTA “COPACABANA”
CURTA “BRINCADEIRA DE CRIANÇA”
CURTA “SE VOCÊ ME AMASSE”

domingo, 21 de março de 2010

“Imagens da convivência: conviver e aprender no ambiente escolar - 1ª Mostra de filmes de curtas metragens”.

Na sociedade em rede em que as diversas mídias estão presentes no cotidiano, o registro da imagem e do som é fator de convergência de diferentes formas comunicativas como o rádio, a TV, o jornal, a internet com suas redes sociais, os blogs, os sites, podcast, viodeocast, ustream, clips, vídeo arte, infoarte, assim como a incorporação de variadas influências sonoras, musicais, orais, literárias e bricolagens com elementos cinematográficos. Nesse contexto, o filme tem se consolidado historicamente como veículo de idéias e como formador de opinião e valores. É uma linguagem que transita entre as diversas faixas etárias favorecendo a construção do conhecimento ampliando a leitura de mundo, e promovendo o protagonismo, os projetos de convivência no ambiente escolar e a interação com a comunidade. O filme transmidiático (filme manipulado transmidiaticamente pelas tecnologias digitais), particularmente, põe forte acento na montagem e na experimentação com as linguagens midiáticas digitais, trazendo novos significados para a representação do tempo, espaço e materiais na contemporaneidade.
A produção e a constituição de um acervo dos registros audiovisuais das escolas podem resultar em documentação pedagógica e material de apoio para atividades e eventos de formação e a implantação e consolidação das Orientações Curriculares.


Promover conhecimentos e habilidades, tais como: trabalho em equipe, oratória, produção textual comunicativa, autonomia, pesquisa, responsabilidade social, ética e cidadania; consolidar o registro audiovisual como mediador na construção do conhecimento ampliando a leitura de mundo; promover a melhoria no processo de socialização entre aluno e escola, além de ampliar as possibilidades pedagógicas oferecidas a partir das linguagens midiáticas; possibilitar o desenvolvimento da competência da expressão comunicativa.

CONTEÚDOS
1-Encontros preliminares:
-Convivência e aprendizado por meio das linguagens midiáticas.
-O Roteiro: conceitos e técnicas do registro audiovisual. Eixo temático: O roteiro.
Apresentação da proposta de formação, conceitos e técnicas do registro audiovisual.
Palestra: A pesquisa, a narrativa e a escrita. Apresentação de filmes curtas metragens.
Debate.
-A filmagem: registro audiovisual na escola e comunidade. Eixo temático: A filmagem. Palestra: registro audiovisual na escola e comunidade. Apresentação de filmes de curtas metragens. Debate.
-A edição: filme transmidiático. Eixo temático: A edição. Palestra Brincando com imagens e sons. Apresentação de filmes de curtas metragens. Debate.
2-Mostra de filmes de curtas metragens.

PÚBLICO ALVO
Professores de informática educativa, demais educadores e gestores em exercício nas unidades educacionais, educadores em exercícios na DRE Ipiranga, alunos, pais de alunos e comunidade escolar.

CARGA HORÁRIA
24 horas sendo 16 horas de 4 (quatro) encontros presenciais de 4 (quatro) horas cada, mais 8 (oito)horas de realização de atividades não presenciais.

DIAS: 25/03/2010, 22/04/2010, 20/05/2010 e 24/06/2010.

HORÁRIO: 19h00 às 23h00.

REGENTE: Prof. Dr. Mesac Roberto Silveira Júnior.

LOCAL: Auditório da UNIFAI Santa Cruz.

ENDEREÇO: Rua Afonso Celso, 671 – Vila Mariana.

METODOLOGIA: Palestras e colóquios com realizadores de cinema e cine-educadores, considerando o tema “Conviver e aprender” como motivador do trabalho com imagens e sons no espaço escolar e a promoção de habilidades técnicas cinematográficas.

AVALIAÇÃO: Freqüência de 100%, participação e desenvolvimento de um projeto do curta metragem tendo como foco as imagens da convivência: conviver e aprender no ambiente escolar.

CERTIFICADOS: Farão jus ao certificado os participantes que obtiverem conceito “P” (plenamente satisfatório) e apresentarem 100% de frequência nos encontros presenciais.

INSCRIÇÕES: As inscrições deverão ser realizadas através do Portal no endereço:
http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/regionais/108600, do dia 15/03 a 19/03.

ÁREA PROMOTORA:
Diretoria Regional de Educação Ipiranga
Coordenação do Curso: Prof. Dr. Mesac Roberto Silveira Júnior
Apoio e suporte técnico da Equipe de Informática Educativa

DOT P Ipiranga
Telefone: 5549 5609